UMA VELHICE SAUDÁVEL PARA HONRAR ESSA VIDA | |
AMÉRICO TÂNGARI JR. (*) |
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A alma nasce velha e se torna jovem. Eis a comédia da vida. O corpo nasce jovem e se torna velho. Eis a tragédia da alma. Oscar Wilde
Com
a alma rejuvenescida e o cérebro em perfeito estado, às vezes é difícil
conviver com as limitações que a vida impõe aos mais velhos durante a
caminhada. O importante é resistir e se sentir bem, sem pensar muito na
idade, mas tomando todos os cuidados para impedir tropeços e uma jornada
perversa, como o avanço de doenças.
Não
há como fugir: como todos os seres vivos, a régua da vida um dia se
esgota. Até lá, vamos manter o corpo e a alma de bem com a natureza e
seguir sempre em busca do que realmente interessa: uma vida longa e
saudável.
É
bom começar com informações importantes: o avanço da idade provoca
alterações no corpo e interfere diretamente na alimentação e no estado
de nutrição de uma pessoa. Em consequência, o idoso é menos ativo
fisicamente e tende a consumir menos calorias que os mais jovens, o que
acelera a deficiência de vitaminas.
Há
uma queda na capacidade de transporte de nutrientes e, por isso, uma
dieta correta é fundamental para vencer desafios na manutenção da boa
saúde.
Os
ventos estão favoráveis: a expectativa de vida ao nascer no Brasil
subiu para 75,2 anos, muito em razão dos avanços da medicina. E as
recomendações para um envelhecimento saudável e com boa qualidade de
vida incluem alimentação apropriada e a prática de exercícios físicos, o
que diminui o risco de quedas e fraturas e ainda promove uma
convivência mais agradável. Todos esses fatores contribuem para melhorar
a autoestima e a autoconfiança, com independência física e psíquica.
Atividades
como caminhadas ajudam a manter a capacidade cardiorrespiratória e
diminuem a perda de massa óssea. Mas é preciso se precaver: um idoso
sedentário que pretende iniciar um exercício deve se submeter antes a
uma avaliação médica. Depois disso, saiba que a atividade física reduz
sintomas de depressão e ansiedade e ainda melhora o humor.
E
não pense que nada agora será mais possível em razão dos excessos do
passado. É possível reverter os desvios da história, levantar a cabeça e
recuperar a boa saúde. As pessoas jamais devem se render. Três caminhos
podem ajudar bastante: primeiro, uma prevenção severa para evitar a
ocorrência de doenças; segundo, ações para detectar problemas de saúde
em seu estágio inicial para facilitar o diagnóstico e seu tratamento.
Isso evita disseminação e suas consequências, como rastreamento do
câncer de mama ou próstata, aumento do risco cardiovascular, etc. E,
terceiro, ações com o objetivo de reduzir prejuízos funcionais que
decorrem de problemas agudos ou crônicos, incluindo a reabilitação; aí
entram o pós infarto ou acidente vascular.
O mais importante de tudo, como se percebe, é a
prevenção. E não há nenhum mistério nessa receita simples:
-- hábitos saudáveis na alimentação;
-- atividades físicas de forma regular;
-- acompanhamento médico periódico;
-- descanso e lazer adequados;
-- estímulo da mente, que deve se manter ativa e produtiva. Programas culturais dão um ótimo suporte a esse quesito.
Uma
atenção especial deve ser dedicada ao coração, especialmente depois dos
60 anos. Nessa fase há uma maior incidência de pessoas com problemas
cardíacos no Brasil e é preciso ficar atento a pequenos sinais, como o
cansaço sem causa aparente. Doenças cardíacas representam o terceiro
maior fator de morte no País e qualquer descuido pode ser fatal.
Nesse
processo lento do avanço da idade, o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares é preponderante. Arritmias cardíacas, bloqueios
elétricos, estenose aórtica (abertura reduzida da válvula), aneurismas
dos vasos (dilatações) ou doenças coronarianas são alguns diagnósticos
mais frequentes, pois há maior enrijecimento dos vasos e válvulas, além
de distúrbios elétricos que podem levar à diminuição dos batimentos
cardíacos.
O
coração é bastante afetado na velhice em razão de alterações
estruturais e funcionais do sistema circulatório e facilitam o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares: acúmulo de gordura nos
tecidos, perda da elasticidade dos vasos, além de calcificação das
válvulas e discreto aumento de volume.
Temos
de levar em conta a genética, obviamente - pessoas de uma mesma família
com histórico de doenças têm riscos maiores e semelhantes. Porém, não é
só. Fatores externos podem e devem ser controlados para melhorar a
qualidade de vida do ser humano e prolongar sua longevidade. E entre
esses estão o fumo, o estresse, o diabetes, a hipertensão, o estilo de
vida e de alimentação, a obesidade, as alterações dos níveis de
colesterol e/ou triglicérides (dislipidemia), o sedentarismo (falta de
atividade física), entre outros.
Cada
um desses itens está ligado diretamente com o desempenho da máquina que
bate e bombeia o sangue em nosso peito. Melhor mantê-la em ordem e com a
garantia de todas as revisões.
Um
dia a caminhada chegará ao fim, é inevitável. O bom senso recomenda
seguir sempre em frente, de forma saudável e com dignidade. Nascemos
para isso – vamos honrar.
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(*) Américo Tângari Jr. é especialista em cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e Associação Médica Brasileira |
Jornal de Saúde: Envelhecer com saúde desde o corpo a alma, com coração e mente saudáveis, o desafio moderno
Marcelo dos Santos - jornalista - MTb 16.539 SP/SP
Marcelo dos Santos - jornalista - MTb 16.539 SP/SP
11H23
fevereiro 17, 2016
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Feb
17
Jornal de Saúde: Envelhecer com saúde desde o corpo a alma, com coração e mente saudáveis, o desafio moderno
UMA VELHICE SAUDÁVEL PARA HONRAR ESSA VIDA
AMÉRICO TÂNGARI JR. (*)
A alma nasce velha e se torna jovem.
Eis a comédia da vida.
O corpo nasce jovem e se torna velho.
Eis a tragédia da alma.
Oscar Wilde
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