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Bhte, 14 de outubro de 2025, às 8h15
Simpósio em Uberlândia oferece minicurso sobre seletividade alimentarReforça a importância da capacitação de profissionais da Atenção PrimáriaA alimentação infantil é um dos pilares para o desenvolvimento saudável, mas nem sempre o processo ocorre de forma tranquila. A seletividade alimentar, caracterizada por recusa persistente de alimentos, cardápio extremamente restrito ou reações emocionais intensas diante de novas opções, tem se tornado uma queixa cada vez mais comum nos consultórios de nutrição. Para qualificar a atuação dos profissionais que lidam com esse desafio, oI Simpósio Multiprofissional na Atenção Primária (SIMAP 2025), promovido pela Missão Sal da Terra, oferecerá, no dia 15 de outubro, o minicurso “Manejo da seletividade alimentar através de terapias alimentares”. A atividade é voltada para nutricionistas e estudantes da área e trará uma abordagem prática sobre diagnóstico, estratégias de cuidado e terapias alimentares aplicadas à clínica infantil. Segundo a nutricionista Isadora Guimarães Valentim, uma das responsáveis pela condução do minicurso, o olhar atento dos profissionais da Atenção Primária é decisivo para o manejo adequado da condição. “É comum que a seletividade alimentar seja confundida com fases transitórias da infância, mas o que diferencia o quadro clínico é a persistência, a rigidez dos comportamentos e o impacto na saúde e no convívio social da criança. Quando há exclusão de grupos alimentares inteiros, recusa por texturas, cores ou cheiros, e reações de ansiedade ou até náusea diante de novos alimentos, é hora de investigar”, explica. De acordo com a especialista, as causas da seletividade alimentar são multifatoriais e podem estar ligadas a fatores biológicos, sensoriais ou comportamentais. “Prematuridade, refluxo e alergias podem marcar a relação da criança com a comida, enquanto a sensibilidade sensorial aumentada pode levar à rejeição de determinados alimentos. Já experiências negativas, como pressão excessiva para comer, reforçam a recusa e até desencadeiam quadros como o Transtorno Alimentar Restritivo Evitativo (TARE)”, detalha. Na Atenção Primária, o papel dos profissionais vai desde a identificação precoce dos sinais clínicos até o encaminhamento para equipes interdisciplinares, quando necessário. Isadora ressalta que validar a preocupação das famílias é essencial: “muitas vezes, as queixas são minimizadas. Escutar com atenção, oferecer orientações baseadas em práticas de alimentação responsiva e estruturar grupos de apoio são estratégias fundamentais para ampliar a adesão das crianças e reduzir a ansiedade dos cuidadores”. O minicurso também contará com exercícios práticos, proporcionando aos participantes vivências que exemplificam a aplicação das terapias alimentares no cotidiano clínico. Com esse debate, o SIMAP 2025 reforça a relevância de capacitar os profissionais do SUS para o manejo da seletividade alimentar, promovendo um cuidado mais humanizado, integral e resolutivo no acompanhamento infantil. O impacto social e emocional da seletividade alimentar nas famíliasMais do que um desafio nutricional, a seletividade alimentar pode trazer repercussões significativas para a vida social e emocional das crianças e de suas famílias. Situações cotidianas, como participar de festas de aniversário, almoços em família ou refeições escolares, tornam-se motivo de preocupação e, muitas vezes, de constrangimento. Segundo a nutricionista Isadora Guimarães Valentim, a condição ultrapassa os limites da mesa. “A criança pode sentir-se diferente dos colegas, evitando situações sociais em que o alimento está presente. Isso afeta a autoestima e pode limitar experiências de convívio fundamentais para o desenvolvimento”, explica. Os pais, por sua vez, convivem com sentimentos de culpa, frustração e ansiedade, seja por acreditarem que falharam na introdução alimentar, seja pela pressão de familiares e da sociedade para que a criança ‘coma de tudo’. “Não raro, vemos famílias que transformam as refeições em um campo de batalha, o que agrava ainda mais a recusa alimentar e fragiliza os vínculos”, acrescenta a especialista. Para minimizar esses impactos, a abordagem recomendada é a da alimentação responsiva, que preza por respeitar os sinais de fome e saciedade da criança, criar ambientes tranquilos e prazerosos para as refeições e reduzir a pressão durante a alimentação. Além disso, a escuta qualificada dos profissionais da Atenção Primária tem papel decisivo. “Validar o sofrimento das famílias é o primeiro passo. Orientações práticas e o encaminhamento a uma equipe interdisciplinar — que pode incluir psicólogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos — contribuem para quebrar o ciclo de estresse em torno da alimentação”, reforça Isadora. |
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Leia e sempre que possível deixe seu comentário. Obrigado Marcelo Editor e jornalista - MTb 16.539 SP/SP Bhte, terça-feira, 14/10/2025 às...