Tecnologia é aliada na mudança de formato e pode ajudar na melhoria do atendimento prestado
São Paulo, 01 de junho de 2017 –
O setor privado de saúde brasileiro está vivendo um momento desafiador.
A instabilidade da economia aumentou o desemprego e consequentemente,
as operadoras perderam clientes. Segundo a Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), entre julho de 2015 e julho de 2016, aproximadamente
1,7 milhão de pessoas deixaram de ter planos médicos particulares.
O
momento econômico, aliado ao modelo de remuneração vigente no País, tem
pressionado para que o segmento intensifique o debate sobre a adoção de
um formato mais sustentável. Atualmente, os estabelecimentos de saúde
são pagos por serviços (fee for service), ou seja, todos os
procedimentos e insumos são cobrados da operadora. Quanto mais o médico
solicita, mais ele ganha no final do mês. Com isso, há um aumento de
custos e desperdícios de recursos, já que muitas vezes alguns materiais e
procedimentos são desnecessários.
O modelo
DRG (Grupos de Diagnósticos Relacionados, em tradução livre) já vem
sendo discutido pelo mercado nacional e tem o apoio de entidades como
Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) e da Fenasaúde
(Federação Nacional de Saúde Suplementar).
O
conceito consististe em reunir pacientes com as mesmas doenças e
características e estabelecer um valor fixo a ser pago pelo tratamento.
Há também compensações financeiras para hospitais com melhores
indicadores de qualidade, como menor taxa de infecção hospitalar, por
exemplo. O DRG já está presente em diversos países, inclusive nos
Estados Unidos. No Brasil, existem projetos piloto e algumas operadoras
já o adotaram em determinados procedimentos.
A
TOTVS, líder no desenvolvimento de softwares de gestão empresarial na
América, acredita que, do debate à adoção, ainda há um longo caminho
para ser trilhado, mas ele passará, certamente, pela tecnologia. Os
sistemas de TI podem atuar como um suporte para que o setor realize essa
mudança e controle de maneira efetiva os seus gastos.
Por
exemplo, a tradicional avaliação de serviços, hoje, realizada em papel,
se integrada à uma cadeia de informações pode ser a catalizadora da
melhora na qualidade do atendimento prestado. Além disso, a disseminação
dos prontuários eletrônicos também viabilizará o sucesso do DRG no
Brasil. Muitas vezes, o médico solicita um exame, já realizado pelo
paciente recentemente, mas o profissional não tem esse laudo disponível
em uma plataforma integrada e solicita novamente o procedimento.
A
adoção da tecnologia permite ter um histórico completo do paciente e
possibilita ao médico realizar uma análise mais detalhada sobre a vida
da pessoa, chegar a um diagnóstico mais rápido e solicitar os exames
realmente adequados. A TI pode ajudar a construir uma colaboração de
informações corretas, unificadas e de fácil acesso. Uma única plataforma
para integrar todos os interlocutores de saúde: paciente, operadora,
hospital e profissionais da área.
O
futuro da medicina está diretamente ligado à integração de dados e a
interoperabilidade dos sistemas, tudo para tornar o setor mais
sustentável e melhorar o atendimento. Enquanto o formato vigente é
focado no volume, o DRG é centrado na satisfação e na qualidade e nesse
ponto é possível avançar mais, pois já existem as ferramentas para isso.
Conquistar eficiência e sustentabilidade na operação é viável, mas é necessário dar o primeiro passo.
Leia e sempre que possível deixe seu comentário.
Obrigado
Marcelo
Editor e jornalista - MTb 16.539 SP/SP
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