Anualmente, a IASP –
International Association for the Study of Pain (USA) elege um tema para
incentivar e promover o desenvolvimento de estudos e novas terapias para o
tratamento de diferentes tipos de dor. Em 2016, o foco da
Associação americana é a Dor nas
Articulações, que afeta milhões de pessoas em
consequência de uma variedade de doenças, especialmente as
reumatológicas. Para Dr. Claudio Fernandes Corrêa,
mestre e doutor em neurocirurgia pela UNIFESP, atuando em dor
há mais de 20 anos, o tema se configura como de extrema
relevância, visto que estas doenças e suas comorbidades tendem
a aumentar com o aumento do envelhecimento populacional, o estilo de vida
sedentário e a obesidade.
Doenças
Reumáticas
As doenças
reumáticas são inflamações, crônicas ou
não, em um ou mais componentes de uma articulação,
gerando dores e incapacidade temporária ou permanente para sua
movimentação adequada. Elas estão associadas às
dores nas articulações, como as artroses e artrites,
fibromialgia, lúpus, entres outras.
Justamente por serem
doenças tão comuns e que acometem pessoas no mundo todo,
principalmente a população idosa, é que a campanha da
IASP de 2016 voltará seus esforços profissionais e
acadêmicos para o melhor preparo de médicos e
paramédicos que lidam diretamente com estes perfis de pacientes, com
atenção direta para suas queixas dolorosas e a devida
orientação de tratamentos adjuvantes a sua doença de
base, para que tenham melhor qualidade de vida.
Tratamentos da
dor
Além do tratamento
convencional parta a dor, com base nos medicamentos analgésicos,
antidepressivos e anticonvulsivantes - estas duas últimas classes
atuando especificamente como neuromodulares preventivos das crises -
não surte os efeitos satisfatórios, diversas outras
técnicas podem ser indicadas aos pacientes crônicos, que
vão desde procedimentos minimamente invasivos até cirurgias
de bloqueio sensorial da dor.
Bombas de infusão com
opioides: inserida sob a pele, para liberação direta no
fluido ao redor da medula (liquor), fornecendo alívio do quadro
doloroso. O procedimento é simples e a liberação do
analgésico ocorre continuamente, conforme programação
feita pelo médico.
Cordotomia: trata-se de um
procedimento minimamente invasivo que interrompe seletivamente alguns
tratos condutores de dor na medula espinhal, causando uma
diminuição da percepção dos estímulos
dolorosos e alívio da dor crônica ao paciente submetido ao
tratamento. A interrupção se dá no quadrante
anterolateral da medula espinal oposto ao lado em que a dor é
mencionada.
Neuroestimuladores: as
técnicas de implante de eletrodos são capazes de eliminar a
comunicação que leva a informação da dor
até o cérebro. São de dois tipos: implante na coluna
vertebral e no cérebro.
Dr. Claudio Corrêa
indica que o tratamento precisa ser determinado por um especialista, que
deverá sugerir quantas opções forem necessárias
até que se obtenham os resultados esperados e possíveis.
“Como as dores crônicas são geradas por doenças
mesmo tratáveis, mas que fica como sequela a dor, o tratamento nem
sempre atinge 100% do alívio do quadro. Porém, em todos os
casos é possível oferecer melhora da intensidade da dor
possibilitando aos pacientes o retorno de suas atividades funcionais
e sociais e consequente melhora da qualidade de vida. O importante é
saber que existem opções para atingir esses
objetivos”.
Fonte para
entrevista:
Dr. Claudio Fernandes
Corrêa
Com mais de 30 anos de
atuação profissional, Dr. Claudio Fernandes Corrêa
possui mestrado e doutorado em neurocirurgia pela Escola Paulista de
Medicina. Especializou-se no tratamento da dor aliado a neurocirurgia
funcional – do qual se tornou uma das principais referências no
Brasil e também no Exterior.
É também o
idealizador e coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do
Hospital 9 de Julho, serviço que reúne especialistas de
diversas especialidades para o tratamento multidisciplinar e integrado aos
seus pacientes.
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