Qual
a diferença entre a faringite, laringite e amigdalite? Para explicar
cada uma dessas doenças, fomos conversar com a Dra. Jeanne Oiticica,
médica otorrinolaringologista, otoneurologista e Chefe do Grupo de
Pesquisa em Zumbido do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
USP.
Faringite:
corresponde à inflamação/infecção da faringe (tubo localizado atrás da
língua, formado por músculos e mucosa, por onde passa tanto o ar que
respiramos como também o alimento que comemos).
Laringite:
é a inflamação/infecção da laringe (estrutura localizada abaixo da
língua, de especial importância, pois é responsável tanto pela
respiração, quanto pela fonação: é aí que se localizam as pregas vocais,
cujo funcionamento determina a voz).
Amigdalite:
é a inflamação/infecção das amígdalas (estrutura em formato de amora
localizada em cada lado da base da língua, capaz de reconhecer antígenos
– partículas estranhas ao nosso organismo - e produzir anticorpos de
defesa contra eles).
“Tanto
a faringite quanto a amigdalite podem causar dor de garganta, como
também podem ocorrer isoladamente ou de modo concomitante. A laringite
também pode ocorrer juntamente com as duas anteriores, mas, em geral,
costuma dar rouquidão e ou afonia (perda da voz), a dor não aparece de
forma relevante”, explica a especialista.
Automedicação
– é comum vermos pessoas na farmácia comprando pastilhas para dor de
garganta e anti-inflamatórios. Mas é preciso cuidado na automedicação,
já que podem causar efeitos colaterais. Os mais comuns incluem náuseas,
vômitos, prisão de ventre, diarreia, perda de apetite, dor de cabeça,
tontura, erupções na pele, sonolência, inchaço nos membros decorrente da
retenção de água nos tecidos.
“Efeitos
colaterais mais graves incluem úlceras no trato digestivo, hemorragia,
insuficiência nos rins e no fígado. Falta de ar pode ocorrer em
pacientes alérgicos a determinados anti-inflamatórios, em especial
naqueles com asma. Os anti-inflamatórios não podem ser tomados por
pacientes com sintomas de dengue, pelo risco de hemorragia. Em crianças e
adolescentes os salicilatos devem ser evitados tendo em vista que,
eventualmente, podem causar a Síndrome de Reye, doença hepática
potencialmente letal”, alerta Dra. Jeanne.
Além
da medicação, Dra. Jeanne aconselha a ingestão de muito líquido e de
alimentos mornos, mais para o quente (caldos e consommé, sopas, chás,
etc). Fazer repouso, evitar choques térmicos, procurar se agasalhar bem,
não sair na rua com o cabelo úmido ou molhado, evitar bebidas e
alimentos gelados ou frios. “Gargarejos diários com água morna e uma
pitada de bicarbonato são indicados, porém, os enxágues bucais devem ser
evitados, pois possuem álcool ou são mentolados, o que acaba
acidificando ainda mais o pH da boca”, alerta a médica. Alimentos como o
mel de abelha e gengibre podem ajudar, já que possuem um potencial
efeito anti-inflamatório em sua composição.
Prevenção:
De acordo com a especialista, uma boa alimentação, imunidade alta e
genética favorável são os pilares que contribuem para prevenir essas
doenças. “No caso específico da laringite, recomenda-se ainda beber
bastante água, comer uma maçã ao dia, e evitar os abusos vocais (gritos,
sussurros, exageros na fala). Em casos de episódios recorrentes e/ou
persistentes procure o médico, pois algo deve estar errado e precisa ser
verificado e corrigido adequadamente”, conta Dra. Jeanne.
Perfil Dra. Jeanne Oiticica
Médica
otorrinolaringologista, formada pela Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo. Orientadora do Programa de Pós-Graduação
Senso-Stricto da Disciplina de Otorrinolaringologia da Faculdade de
Medicina da USP.
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Obrigado
Marcelo
Editor e jornalista - MTb 16.539 SP/SP
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