Africa Health, principal feira médica na África, recebe empresas brasileiras


Continente oferece grande potencial de negócios para companhias do Brasil



Empresas associadas à ABIMO (Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalares e de Laboratórios) e que fazem parte do Projeto BHD (Brazilian Health Devices), executado pela entidade em parceria com a Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), estarão presentes em Johanesburgo, África do Sul, entre os dias 7 e 9 de junho para participação na Africa Health, principal congresso e feira da área da saúde da região da África Subsaariana.

Esta é a quinta participação da comitiva brasileira, quando dez empresas formarão o pavilhão: Bioclin, Fanem, GM Reis, HealTech, Loktal, Lupe, Magnamed, Osteomed, Phoenix e Signo Vinces. A região é um dos mercados-alvo para as empresas associadas ao Projeto BHD. “O país apresenta um alto gasto com saúde, cerca de 7,9% do PIB, e é dependente de importações de produtos do setor médico-hospitalar, por isso nosso objetivo no evento é reforçar a promoção comercial na feira e atrair mais distribuidores ao Pavilhão Brasileiro, possibilitando, assim, melhores resultados práticos para as nossas empresas”, explica a analista de promoção comercial da ABIMO, Larissa Gomes.

Milhares de novos produtos de saúde, dispositivos e serviços serão apresentados por mais de 500 empresas expositoras. A Africa Health oferece oportunidade para que os visitantes apreciem as recentes tecnologias em exposição.

Mercado
De janeiro a abril deste ano, o Brasil exportou US$ 1.132.253 em dispositivos médicos, odontológicos e de laboratórios para a África do Sul, representando quase metade do valor exportado até abril para a África Subsaariana. Entre os principais produtos comercializados estão instrumentos e aparelhos para medicina e cirurgia, incubadoras, artigos e aparelhos de prótese, raios x, dentes artificiais de acrílico, cimentos para obturação odontológica, entre outros.

“A África do Sul tem a facilidade representada pela União Aduaneira da África Austral (SACU, sigla em inglês), que favorece a circulação de produtos na região. O mercado é diversificado e não tem capacidade suficiente de produzir internamente a maioria dos itens de saúde demandados pela sua população, a qual tem condições de renda não muito distantes do Brasil”, explica o analista de acesso a mercados da ABIMO, Rafael Cavalcante. “Diante disso, há espaço no mercado para que importações atendam à necessidade dos consumidores locais. Soma-se a isso o fato de o Brasil e a África do Sul estarem ainda conectados por voos diretos diários entre São Paulo e Johanesburgo”, complementa.

O mercado africano é semelhante ao brasileiro em termos gerais, já que é relativamente grande para a região. Além disso, demanda produtos competitivos em custo-benefício e dispõe de condições socioeconômicas não tão distantes, como no caso da África do Sul. O segmento médico-hospitalar se mostra mais desenvolvido e consolidado no país em relação à odontologia em termos de tamanho e representatividade de mercado.

“Vale lembrar que o país compõe o grupo dos Brics, países em desenvolvimento com grandes populações e territórios que são considerados atores-chave nas relações internacionais atualmente”, pontua o analista, que ainda acrescenta: “A África do Sul possui grande influência econômica na região do Sul da África e, em certa medida, disputa a condição de líder regional do continente africano como um todo com a Nigéria e o Quênia.”

Associados

Participando pela primeira vez da Africa Health, a Signo Vinces, fabricante de implantes ortopédicos e odontológicos, tem grandes expectativas de fechar negócios com o mercado africano. “Temos a pretensão de encontrar distribuidores qualificados, pois a África tem demanda e está ávida por produtos para a saúde”, conta a gerente internacional da empresa, Yolete Carneiro.

A Magnamed, companhia voltada para o mercado de cuidados intensivos e especializada em ventilação pulmonar, levará para a feira o ventilador de transporte Oxymag, um dos mais leves do mercado e que atende desde pacientes neonatais até adultos. Além disso, a empresa apresentará o ventilador de UTI Fleximag Plus de fácil manuseio e manutenção. “Esperamos aumentar nossa participação no mercado privado, principalmente nas grandes redes hospitalares”, declara a analista de marketing da Magnamed, Beatriz Santos.  

Já a Osteomed, fabricante de implantes para coluna, participa pela segunda vez da Africa Health e mostrará ao mercado sua linha de instrumentais cirúrgicos e implantes para cirurgia de coluna e traumatologia. “Temos a expectativa de conhecer distribuidores ou órgãos governamentais interessados na compra dos nossos produtos”, destaca o gerente de negócios internacionais, Eduardo Quezada.
 
Visando iniciar operações comerciais na região, a Bioclin, fornecedora nacional de soluções de diagnóstico in vitro, participa pela segunda vez do evento. De acordo com oresponsável pela área de comércio exterior da empresa, Danilo Andrade, as expectativas são grandes em relação à comercialização de reagentes de laboratório.   “Não exportamos para a região diretamente. Porém existem trading companies que fazem vendas indiretas.”

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