O próximo dia 7 de abril é celebrado o Dia Mundial da Saúde, em que a sociedade médica concentra ações para a promoção de diferentes temas para a melhor conscientização da população leiga a respeito de doenças e seus tratamentos. É também uma oportunidade para colocar em foco doenças pouco divulgadas, como é o caso dohemangioma cerebral – caracterizado pelo desenvolvimento anormal das células dos vasos sanguíneos na cabeça.
“Apesar de assintomático na maioria dos casos, o hemangioma também pode gerar dor cabeça, convulsões, alteração no equilíbrio, na visão e na coordenação motora, dependendo da sua localização, e que se explica ao gerar aumento da pressão intracraniana, bem como de outras estruturas ligadas ao movimento e sentidos, quando ocorre um sangramento”, explica o neurocirurgião pela UNIFESP, Dr. Luiz Daniel Cetl, membro do grupo de tumores do Departamento de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP).
Os sintomas citados acabam por gerar ansiedade na população leiga, que não raro associa alterações cerebrais a possiblidade de um tumor maligno. Dr. Cetl explica que embora os tumores cerebrais também apresentem alguns destes sintomas, eles ocorrem de forma diferente. “Os sintomas do tumor cerebral geram evolução gradativa dos sintomas, enquanto o hemangioma em sangramento causa efeitos imediatos. Ou seja, um disturbio do movimento aparece repentinamente neste caso e não dia após dia, de forma crescente, como nos tumores cerebrais”, explica.
O diagnóstico da doença se faz por meio de exames de ressonância magnética, muitas vezes através de avaliação realizada por algum outro motivo. Em todos os casos, o hemangioma não é uma doença maligna, embora requeira cuidados.
Quando assintomático, é indicado observação periódica e nos casos de sangramento, tem como conduta a ressecção cirúrgica ou, em situaçãos específicas, a radiocirurgia.
“Ainda não se sabe os fatores desencadeantes do hemagioma, mas quando não é possível fazer a ressecção total de um caso de sangramento, pode haver reicidiva. Por isso é preciso ter acompanhamento e avaliação constante por um especialista”, adverte o neurocirurgião.
Fonte para entrevista:
Dr. Luiz Daniel Cetl é referência no tratamento das epilepsias e tumores cerebrais. Especialista pela Sociedade Brasileira de Neurocirurgia (SBN) e membro do grupo de tumores do Departamento de Neurocirurgia da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Atua ainda como preceptor de cirurgia de tumores cerebrais no Departamento de Neurocirurgia da Unifesp.
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