Não há absolutamente nada no universo
econômico que afete mais o psicológico e o emocional das pessoas do que o
desemprego, fenômeno que no Brasil já atinge 14,2 milhões de
trabalhadores, um número assustador, haja vista que a grande maioria
advém da mão de obra não qualificada, gerando apreensão e violência.
No Brasil, a absorção da mão de obra em
larga escala vem de diversos setores, entre eles o da construção civil,
ramo de atividade cuja queda foi acentuada. É preciso lembrar que a
deflação, ou inflação negativa, é fruto da safra recorde ou da redução
das contas de energia elétrica, com o anúncio da bandeira tarifária
verde para o mês de junho, o que barateou a energia e contribuiu para a
queda dos indicadores inflacionários.
Com efeito, o mérito da política
econômica pouco tem a ver com o declínio da inflação, mas resulta do
legado de instabilidade política, falta de investimentos, corrupção e,
principalmente, da própria lógica do desemprego em massa. Se por um lado
a política econômica entende que um corte maior de juros seria
aceitável, promovendo aumento de consumo, na outra ponta o gasto público
e a dificuldade de ajuste nas contas por parte do Congresso asfixiam a
confiabilidade, neutralizando a possibilidade de juros menores, cenário
em que consumidores e empresas poderiam obter mais crédito, ou seja, a
relação mais crédito-mais investimento poderia dar certo. Contudo, o
“mais investimento” sempre esbarra no fator instabilidade política e
econômica do país.
Quando me refiro ao legado, temos que
levar em conta que a economia do país encolheu 7,2% nos últimos dois
anos, portanto, estamos diante de uma brutal recessão. E o que mais me
causa estranheza é ouvir o governo Temer afirmar na reunião do G20 que
não temos crise, e que há, sim, uma recuperação. Ora, mais uma vez nos
deparamos com um cenário de corrupção “ideológico-econômica”, que visa
tão somente camuflar os detritos políticos e inflar uma popularidade
para “inglês ver”. Pena que os “ingleses”, assim como os grandes
investidores, não mais acreditam no pobre Brasil da velha malandragem,
que ainda tenta impressionar os incautos.
Fernando Rizzolo é Advogado,Jornalista, Mestre em Direitos Fundamentais, Prof. de Direito
Leia e sempre que possível deixe seu comentário. Obrigado Marcelo Editor e jornalista - MTb 16.539 SP/SP
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