Pediatria: Amamentação até os seis meses pode evitar leucemia na infância

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Bhte, 15 de junho de 2015, 7h28


Amamentação até os seis meses pode evitar leucemia na infância
Estudo publicado no Journal of American Medical Association indica que incidência de leucemia em crianças que tomaram

 leite materno foi 19% menor comparada aquelas que não foram amamentadas
O pediatra Paulo Taufi Maluf Jr. enfatiza a explicação dos pesquisadores

de que o leite materno tem anticorpos que previnem doenças
O câncer infantil é uma das principais causas de mortalidade
entre crianças e adolescentes nos países desenvolvidos no mundo e a
incidência aumenta 0,9% a cada ano. A leucemia é responsável por cerca
de 30 % de todos os cânceres infantis e já foi demonstrado que a causa é
genética, mas pouco ainda se conhece sobre os fatores que determinam a
ocorrência das mutações ou que fazem com que estas deflagrem a doença.


Publicada em junho, no JAMA Pediatrics, uma nova análise de
estudos antigos revela que crianças que receberam leite materno por
pelo menos seis meses podem ter um risco menor de desenvolver leucemia
na infância em relação àquelas que não foram amamentadas no peito.


O autor da nova análise foi Efrat L. Amitay, da Universidade de
Haifa, em Israel. A especialista reuniu 18 pesquisas que abordavam mais
de 10 mil casos de leucemia e 17,5 mil crianças que não tinham a
doença. Tais estudos foram publicados entre 1960 e 2014.


Revisando os estudos, pesquisadores descobriram que crianças que
eram amamentadas no peito por seis meses ou mais tinham um risco 19%
menor de desenvolver leucemia durante a infância, em comparação com as
que não tinham sido amamentadas ou receberam leite materno por um
período menor.


Em uma análise separada de 15 desses estudos, os pesquisadores
perceberam que as crianças que foram amamentadas por qualquer período
de tempo eram pelo menos 11% menos susceptíveis a desenvolver a doença,
em relação àquelas que nunca haviam sido amamentadas.


O Prof. Dr. Paulo Taufi Maluf Júnior (CRM/SP 21.769),
oncologista pediátrico do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas
e do Hospital Sírio-Libanês, destaca que os pesquisadores indicam que o
leite materno contém anticorpos produzidos pela mãe que promovem uma
comunidade saudável de bactérias no intestino das crianças e influenciam
o desenvolvimento do sistema imunológico delas.


Outra possibilidade é que o leite materno mantém os níveis de pH
no estômago das crianças em um patamar que promove a produção de
proteínas benéficas chamadas HAMLET, que podem ter a habilidade de
matar células do câncer. O leite materno também possui células-tronco
que possuem propriedades similares às células-troncos de embriões, que
podem ajudar o sistema imunológico na luta contra o câncer.


O estudo aponta ainda que a amamentação é uma medida de baixo
custo altamente acessível. “A nova análise serve para reforçar ainda
mais a importância do aleitamento materno e as recomendações dadas aos
pais na prevenção de doenças, além de enfatizar a necessidade de maior
aceitação social da amamentação”, afirma o Prof. Dr. Paulo Maluf.



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