Rio de Janeiro, junho de 2017 – Amanhã, 9 de junho, é celebrado o Dia Nacional de Imunização e vale o alerta para a importância das vacinas no controle e erradicação de doenças, principal objetivo da política de imunização do país1. O Brasil e demais países da América Latina conseguiram, por exemplo, eliminar a poliomielite (do tipo 2) desde 1994, mas em alguns lugares do mundo a doença ocorre, por essa razão, as crianças ainda continuam sendo vacinadas8.
A varíola, outra enfermidade erradicada em 1980, também é um exemplo bem-sucedido de campanhas de vacinação6. O último caso notificado no Brasil ocorreu em 1970, demonstrando a importância estratégica das vacinas na promoção da saúde6.
“A confiança na vacinação pode salvar milhões de vidas, o que pode evitar de 2 a 3 milhões de mortes por ano9, além de aumentar a qualidade de vida e gerar um impacto econômico positivo devido à proteção coletiva. Somente com a adesão da população às campanhas de vacinação, bem como a adoção dos calendários recomendados para todas as idades, é possível eliminar e erradicar doenças”, afirma o diretor médico de vacinas da GSK, Otávio Cintra. Na lista das diversas doenças que podem ser evitadas, estão a gripe (Influenza), caxumba, rubéola, tuberculose, pneumonia, meningites, sarampo, hepatites A e B, dentre outras4.
O Programa Nacional de Imunizações (PNI) oferece à população todas as vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) no Calendário Nacional de Vacinação1, que inclui orientação para crianças, adolescentes, adultos e idosos4.
O Center of Disease and Control estimou que 40.000 a 50.000 mortes evitáveis por vacinação ocorrem todos os anos nos Estados Unidos e estima o impacto econômico das doenças preveníveis por vacinação em US$ 10 bilhões de dólares7. “Cada vacina tem sua recomendação de doses e de reforços que devem ser seguidos em todas as idades, para que o indivíduo esteja realmente protegido2-4”, afirma Dr. Otávio Cintra.
Atualmente, o PNI disponibiliza 16 vacinas de forma gratuita à população como: BCG (para prevenção da tuberculose em crianças); HPV (vírus do papiloma humano); Pneumocócica, (contra a infecção por pneumococo que causa meningite, pneumonia e infecção de ouvido - otite); Febre Amarela; VIP/VOP (vacina inativada e vacina oral contra poliomielite – paralisia infantil); Hepatite B; Penta (vacina adsorvida difteria, tétano, pertussis (coqueluche), Hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b (conjugada)); Rotavírus; Hepatite A; Tetra viral (varicela (catapora), sarampo, caxumba e rubéola); Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola); Dupla adulto (difteria e tétano); e dTpa (difteria, tétano e pertussis - coqueluche), Meningite C (conjugada)1,4.
Porém, é importante frisar que além das vacinas disponíveis na rede pública, existem as vacinas complementares, na rede privada. Os calendários da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) e da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) complementam o PNI e, portanto, possuem algumas diferenças, listadas abaixo2-4.
- Meningococo: o PNI só recomenda e disponibiliza a vacina contra o meningococo C, sendo que no Brasil temos outros 4 diferentes sorogrupos que são responsáveis por doenças meningocócicas invasivas5. Tendo isto em vista, o calendário da SBIm e da SBP complementam o PNI, recomendando 2 ou 3 doses da vacina meningocócica conjugada (ACWY) e mais 2 reforços de ACWY durante os 12-15 meses e 4-6 anos.2-4
O PNI não recomenda a vacina pra meningococo B, porém a SBIm e a SBP recomendam 3 doses no primeiro ano de vida, mais 1 reforço aos 12 meses, ou duas doses a partir de um ano de idade2-4.
- Gripe (Influenza): SBP e SBIm preconizam 2 doses para influenza a partir dos 6 meses de idade. Após isso doses anuais são aconselhadas para todas as idades2-4. No PNI a vacina só está disponível para determinados grupos, sendo estes: indivíduos com 60 anos ou mais de idade, crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos,11 meses e 29 dias), gestantes, trabalhadores da saúde, povos indígenas, grupos portadores de doenças crônicas não transmissíveis e outras condições clínicas especiais, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas, população privada de liberdade, os funcionários do sistema prisional e professores das escolas públicas e privadas10.
- Hepatite A: pelo PNI é preconizada apenas uma dose e na SBP e SBIm são duas (aos 12 e 18 meses). 2-4
- Varicela: o calendário da PNI preconiza apenas 1 dose contra Varicela2-4. O calendário da SBIm e da SBP recomendam duas doses da vacina (12 e 15 meses para SBP, 12 e 15-24 meses para SBIm)2-4.
- Dengue: não é recomendada pelo PNI, enquanto que a SBIm e SBP recomendam 3 doses, a partir dos 9 anos de idade. 2-4
Observa-se que o Calendário PNI tem foco em saúde coletiva, ou seja, efeito obtido quando algumas pessoas são indiretamente protegidas pela vacinação de outras, o que acaba beneficiando a saúde de toda a comunidade (o mesmo que “proteção de grupo” ou “proteção de rebanho”)11. Já as Sociedades Médicas têm foco na proteção individual12. “O benefício da vacinação é tanto a proteção individual, quanto a redução da transmissão de doenças, que gera um benefício coletivo”, conclui Dr. Otávio Cintra.
Leia e sempre que possível deixe seu comentário.
Obrigado
Marcelo
Editor e jornalista - MTb 16.539 SP/SP
Nenhum comentário:
Postar um comentário