Especialista fala sobre traumas faciais ocorridos durante partidas de futebol na última semana






Dr Bruno Chagas esclarece as consequências dos traumas e os tratamentos necessários 

As lesões faciais estão presentes em uma grande parcela de vítimas de traumatismos diversos, levando a graves consequências emocionais e funcionais.
A prática de esportes promove grandes benefícios à saúde humana, porém é um dos principais fatores etiológicos de injurias faciais e dentárias.
Nesta semana, ocorreram três casos de trauma facial durante jogos de futebol, entre eles um argentino teve traumatismo craniano, fazendo parte do grupo esportivo que entra para mais um número estatístico.
No passado recente, três famosos jogadores sofreram fraturas na face e ficaram afastados por algum tempo. Dodô sofreu fratura do osso frontal e Renato Augusto teve uma fratura no osso chamado de malar, já o zagueiro da seleção brasileira na copa de 2014, David Luiz, sofreu uma fratura do nariz , todos durante partidas de futebol. Ambos passaram por procedimentos cirúrgicos e protetores faciais.
No atendimento a um paciente com lesão da face, o primeiro esforço deve ser no sentido de desobstruir as vias aéreas.  Segundo o doutor Bruno Chagas, do Centro de Deformidades da Face, "a avaliação neurológica deve sempre constituir uma suspeita e precisa incluir o estado de consciência do paciente, sendo feita também a avaliação física para detecção de fraturas dos ossos faciais ou dentárias, examinando-se detalhadamente a boca, nariz e garganta, com remoção ou estabilização de dentes moles e remoção de materiais estranhos, como próteses, por exemplo.
A má oclusão ( mordida torta) dos dentes é razão de suspeita da presença de fratura, geralmente dos maxilares. A presença de edema, hematoma e equimose na parte inferior da face, pressupõe fratura da mandíbula", destaca Chagas.
As técnicas de tratamento das fraturas de face são as mesmas empregadas para um braço ou uma perna quebrada. Os segmentos ósseos devem ser alinhados (reduzidos) e mantidos em posição o tempo que for necessário para total consolidação (estabilização). Isso leva às vezes quatro semanas ou mais, dependendo da idade do paciente e da complexidade da fratura. As fraturas consideradas simples são tratadas por redução fechada, o que implica manipulação dos segmentos fraturados sem intervenções mais invasivas.
Chagas conta que é muito comum que pacientes esportistas o procurem para operações desse gênero e que inclusive operou um atleta recentemente, pelo mesmo motivo, onde o mesmo foi vítima de uma cabeçada.
Como consequência das lesões traumáticas dos ossos faciais, as deformidades residuais prejudicam não só a aparência do paciente, mas também a função dos órgãos respectivos. "A desfiguração da face frequentemente é motivo de graves perturbações psicológicas ou sociais, podendo ainda representar sérios problemas econômicos para o paciente. Entre os distúrbios de função pode-se relacionar os que interferem na capacidade de falar, engolir, mastigar, respirar ou de enxergar corretamente", ressalta o especialista. 
O tratamento de fraturas faciais deve ser feito de uma maneira completa e previsível. E, mais importante, a aparência facial do paciente deve ser minimamente afetada. "Uma tentativa de acesso aos ossos da face por meio do menor número possível de incisões deve ser feita. Ao mesmo tempo, as incisões que são necessárias são planejadas para serem pequenas e, quando possível, colocadas de forma que a cicatriz resultante fique escondida", conclui Chagas. s
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